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Informativo importante => Havia um link maldoso que direcionava o Blog para outro site, e há tempos estou tentando resolver. Consegui!!! Está de volta!!!! ★

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O que querem estas mulheres? Blog Oficial - Pe. Fabio de Melo


“Mulheres de aço e de flores” é minha primeira aventura literária. A Literatura, paralela a tudo o que escrevo será um caminho que trilharei. É uma escolha que amadureci.
Ao escrever “Mulheres de aço e de flores” eu mergulhei no encanto do universo feminino e sobre ele quis contar histórias. São mulheres reais, outras de sonhos, mas todas elas estão vivas em algum lugar deste mundo.
Eu não quis escrever um livro de catequese. Não quis escrever um livro de auto ajuda. Quis apenas explorar os sentimentos humanos e respeitosamente tocá-los a partir de minha sensibilidade poética. Não tive medo de ousar. Não fiquei preocupado que as pessoas pudessem dizer – “Nossa, isso não é coisa que um padre possa escrever!” Não quis me prender a uma visão limita, que confisca o universo religioso ao discurso beato e pouco humano. Eu me inspirei nos escritores sagrados, e nas histórias que a Sagrada Escritura resguarda. A Bíblia é um livro vivo feito a partir de pessoas concretas e por isso é dialético, controverso. Há relatos interessantíssimos que mostram o lado mais mesquinho da vida humana. As traições, os assasinatos, os incestos, enfim, tudo o que é humano e que sempre temos coragem de contar.
O meu livro é um espaço de segredos confessos. É uma fala que deixei nascer porque a respeito profundamente. As mulheres, desde as mais recatadas até as mais ousadas, todas elas cumprem o ofício de mostrar o que somos. Elas, na coragem que a literatura me empresta, contam o que naturalmente não contamos. Duvidam do que não temos coragem de duvidar. Amam de um jeito que não gostamos de amar. E falam, falam e falam...
A literatura é o avesso da vida, mas pode ser também o seu lado mais acertado. Através dela podemos sugerir uma vida que ainda não temos, ou sonhos que ainda não nos pertencem. Ela pode nos colocar no prumo onde sobrevivem nossas forças e fraquezas, nossas vergonhas e nossas belezas.
“Minhas mulheres” são assim. Elas querem nos lembrar que é bonito ser humano. Que não é vergonhoso ser portador de fragilidades. Que a dor é universal, que a alegria nem sempre. Que a esperança é a terceira margem do amor. Que há sempre uma luz a ser devolvida, uma vela a ser acesa, um Elviro a ser domesticado, um Redentor a ser reconhecido. “Minhas mulheres” querem nos ensinar que o amor humano é a outra face do amor divino, e que ao ser resgatado humanamente pelo amor que me toca, de alguma forma os meus dedos alcançam a cruz. Que na pureza de um beijo experimentado a eternidade já nos mostra o seu sabor.
“Minhas mulheres” querem nos recordar que um riso pode nos ajudar a esquecer o peso da vida. Que uma história não pode ser vista somente a partir de uma frase, e que o texto tem sempre que ser analisado a partir de seu contexto. A mesma regra vale para a Sagrada Escritura, pois fora do contexto, há frases bíblicas que podem justificar até mesmo o assasinato brutal.
“Minhas mulheres” não são ofensivas. Elas são filhas do tempo, dos ventos, das dores, das alegrias. São filhas da vida, e nada que é verdadeiramente vivo pode ofender. Elas só são sinceras.
Por isso, se você desejar conhecer as “minhas mulheres”, aproxime-se do livro sabendo que se trata de uma obra literária. É um livro de histórias.
Não queira encontrar conselhos formulados, prontos para serem aplicados. Mas uma coisa eu lhe prometo – Riso e choro! Tudo ao mesmo tempo.
Por que? Não sei. Eu também não sei porque as coisas me fazem rir ou chorar. Eu apenas obedeço ao impacto da vida e por ela me deixo envolver.
O meu livro é simples. Não é um tratado de teologia. Está longe de querer ser isso. Eu só o considero religioso. Não sei fazer nada que não seja. Ele tem sacralidades, mas tem também os rastros do profano. A vida é assim. O desafio do leitor é recolher sob o altar do coração o que ele eleger como sagrado, e expulsar o que considera profano. Nisso eu não entro, não tenho acesso porque é trabalho do leitor.
Agora uma coisa é certa – A maior pretensão das minhas mulheres é mostrar que no aço da dureza humana, a flor da Graça divina costuma nos surpreender generosa.
Boa leitura. (por Pe. Fabio de Melo)

O que querem estas mulheres? Blog Oficial - Pe. Fabio de Melo


“Mulheres de aço e de flores” é minha primeira aventura literária. A Literatura, paralela a tudo o que escrevo será um caminho que trilharei. É uma escolha que amadureci.
Ao escrever “Mulheres de aço e de flores” eu mergulhei no encanto do universo feminino e sobre ele quis contar histórias. São mulheres reais, outras de sonhos, mas todas elas estão vivas em algum lugar deste mundo.
Eu não quis escrever um livro de catequese. Não quis escrever um livro de auto ajuda. Quis apenas explorar os sentimentos humanos e respeitosamente tocá-los a partir de minha sensibilidade poética. Não tive medo de ousar. Não fiquei preocupado que as pessoas pudessem dizer – “Nossa, isso não é coisa que um padre possa escrever!” Não quis me prender a uma visão limita, que confisca o universo religioso ao discurso beato e pouco humano. Eu me inspirei nos escritores sagrados, e nas histórias que a Sagrada Escritura resguarda. A Bíblia é um livro vivo feito a partir de pessoas concretas e por isso é dialético, controverso. Há relatos interessantíssimos que mostram o lado mais mesquinho da vida humana. As traições, os assasinatos, os incestos, enfim, tudo o que é humano e que sempre temos coragem de contar.
O meu livro é um espaço de segredos confessos. É uma fala que deixei nascer porque a respeito profundamente. As mulheres, desde as mais recatadas até as mais ousadas, todas elas cumprem o ofício de mostrar o que somos. Elas, na coragem que a literatura me empresta, contam o que naturalmente não contamos. Duvidam do que não temos coragem de duvidar. Amam de um jeito que não gostamos de amar. E falam, falam e falam...
A literatura é o avesso da vida, mas pode ser também o seu lado mais acertado. Através dela podemos sugerir uma vida que ainda não temos, ou sonhos que ainda não nos pertencem. Ela pode nos colocar no prumo onde sobrevivem nossas forças e fraquezas, nossas vergonhas e nossas belezas.
“Minhas mulheres” são assim. Elas querem nos lembrar que é bonito ser humano. Que não é vergonhoso ser portador de fragilidades. Que a dor é universal, que a alegria nem sempre. Que a esperança é a terceira margem do amor. Que há sempre uma luz a ser devolvida, uma vela a ser acesa, um Elviro a ser domesticado, um Redentor a ser reconhecido. “Minhas mulheres” querem nos ensinar que o amor humano é a outra face do amor divino, e que ao ser resgatado humanamente pelo amor que me toca, de alguma forma os meus dedos alcançam a cruz. Que na pureza de um beijo experimentado a eternidade já nos mostra o seu sabor.
“Minhas mulheres” querem nos recordar que um riso pode nos ajudar a esquecer o peso da vida. Que uma história não pode ser vista somente a partir de uma frase, e que o texto tem sempre que ser analisado a partir de seu contexto. A mesma regra vale para a Sagrada Escritura, pois fora do contexto, há frases bíblicas que podem justificar até mesmo o assasinato brutal.
“Minhas mulheres” não são ofensivas. Elas são filhas do tempo, dos ventos, das dores, das alegrias. São filhas da vida, e nada que é verdadeiramente vivo pode ofender. Elas só são sinceras.
Por isso, se você desejar conhecer as “minhas mulheres”, aproxime-se do livro sabendo que se trata de uma obra literária. É um livro de histórias.
Não queira encontrar conselhos formulados, prontos para serem aplicados. Mas uma coisa eu lhe prometo – Riso e choro! Tudo ao mesmo tempo.
Por que? Não sei. Eu também não sei porque as coisas me fazem rir ou chorar. Eu apenas obedeço ao impacto da vida e por ela me deixo envolver.
O meu livro é simples. Não é um tratado de teologia. Está longe de querer ser isso. Eu só o considero religioso. Não sei fazer nada que não seja. Ele tem sacralidades, mas tem também os rastros do profano. A vida é assim. O desafio do leitor é recolher sob o altar do coração o que ele eleger como sagrado, e expulsar o que considera profano. Nisso eu não entro, não tenho acesso porque é trabalho do leitor.
Agora uma coisa é certa – A maior pretensão das minhas mulheres é mostrar que no aço da dureza humana, a flor da Graça divina costuma nos surpreender generosa.
Boa leitura. (por Pe. Fabio de Melo)

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O Bem da palavra, a palavra do Bem - Pe. Fabio de Melo

"A palavra tem o dom de acordar o mundo, abrir os horizontes, pôe uma fala em tudo que antes era mudo, desperta o silêncio, cessa o isolamento.
A palavra é ponte de travessia, por ela realizamos a proeza de alcançar outras margens, saltar a distância que nos retira de nosso lugar comum, por meio dela o mundo cresce dentro de nós.
Uma palavra pode fazer bem, uma palavra pode fazer mal. Tudo depende do contexto e que é colocada. Eu já vi palavras bonitas se tornarem instrumentos de destruição para muitos. Não estavam comprometidas com o bem, com a verdade.
O melhor é buscar o destino da palavra que nos ensina o caminho das pedras. A palavra que nos ajude a suportar a dureza do chão, sem que a gente parca a esperança do Céu.
O Bem da palavra, a palavra do Bem
. Sabe minha gente, o bem a ser feito começa muitas vezes com o bem a ser dito." (por Pe. Fábio de Melo)


Pe. Fábio de Melo apresenta, O Bem da Palavra, Palavra do Bem, um DVD que traz formações aprofundadas sobre o bem da palavra, com fatos que acontecem no dia-a-dia.
São 5 temas que relatam como a palavra pode ser moldada se tornando instrumento para o bem, a cura, às respostas para várias perguntas, até mesmo para aquelas que ainda não sabemos fazer.

O Bem da palavra, a palavra do Bem - Pe. Fabio de Melo

"A palavra tem o dom de acordar o mundo, abrir os horizontes, pôe uma fala em tudo que antes era mudo, desperta o silêncio, cessa o isolamento.
A palavra é ponte de travessia, por ela realizamos a proeza de alcançar outras margens, saltar a distância que nos retira de nosso lugar comum, por meio dela o mundo cresce dentro de nós.
Uma palavra pode fazer bem, uma palavra pode fazer mal. Tudo depende do contexto e que é colocada. Eu já vi palavras bonitas se tornarem instrumentos de destruição para muitos. Não estavam comprometidas com o bem, com a verdade.
O melhor é buscar o destino da palavra que nos ensina o caminho das pedras. A palavra que nos ajude a suportar a dureza do chão, sem que a gente parca a esperança do Céu.
O Bem da palavra, a palavra do Bem
. Sabe minha gente, o bem a ser feito começa muitas vezes com o bem a ser dito." (por Pe. Fábio de Melo)


Pe. Fábio de Melo apresenta, O Bem da Palavra, Palavra do Bem, um DVD que traz formações aprofundadas sobre o bem da palavra, com fatos que acontecem no dia-a-dia.
São 5 temas que relatam como a palavra pode ser moldada se tornando instrumento para o bem, a cura, às respostas para várias perguntas, até mesmo para aquelas que ainda não sabemos fazer.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Mulheres de aço e de flores


Mulheres de aço e de flores
Padre Fabio de Melo



De aço e de flores. O aprimorado da vida ainda insiste em nascer dos contrários. As mulheres sabem mais sobre isso. Elas experimentam na carne o destino de serem como Deus, em pequenas partes. Geram o mundo; embalam os destinos e entrelaçam num mesmo tecido as cores da fragilidade e da força. Elas são de aço. Elas são de flores. Recordo-me. A jabuticabeira florida era epifania de uma felicidade de época. Alegrias com cores de novembro. Chuvas torrenciais que nos permitiam prazeres delicados. Observar a metamorfose das flores em frutos era satisfação sem preço. A natureza costurada de regras consumava diante de nossos olhos o ditado bíblico, de que debaixo do céu há um tempo para cada coisa. Era o tempo alinhavando os destinos das floradas, enquanto no silêncio do coração uma primavera fora de hora insistia em lançar pequenos brotos.
_________________________________

Usando a realidade para criar suas histórias, o autor Pe. Fábio de Melo adotou o formato da narrativa para explorar diferentes aspectos do comportamento feminino em situações cotidianas, em diferentes frentes de atuação, como a de uma costureira que quer transformar sonhos em realidade a partir de tecidos; da atéia que não entende a relação entre velas e Deus; da louca que não quer compromissos e da mulher que relaciona culinária a vida.

Mulheres de aço e de flores


Mulheres de aço e de flores
Padre Fabio de Melo



De aço e de flores. O aprimorado da vida ainda insiste em nascer dos contrários. As mulheres sabem mais sobre isso. Elas experimentam na carne o destino de serem como Deus, em pequenas partes. Geram o mundo; embalam os destinos e entrelaçam num mesmo tecido as cores da fragilidade e da força. Elas são de aço. Elas são de flores. Recordo-me. A jabuticabeira florida era epifania de uma felicidade de época. Alegrias com cores de novembro. Chuvas torrenciais que nos permitiam prazeres delicados. Observar a metamorfose das flores em frutos era satisfação sem preço. A natureza costurada de regras consumava diante de nossos olhos o ditado bíblico, de que debaixo do céu há um tempo para cada coisa. Era o tempo alinhavando os destinos das floradas, enquanto no silêncio do coração uma primavera fora de hora insistia em lançar pequenos brotos.
_________________________________

Usando a realidade para criar suas histórias, o autor Pe. Fábio de Melo adotou o formato da narrativa para explorar diferentes aspectos do comportamento feminino em situações cotidianas, em diferentes frentes de atuação, como a de uma costureira que quer transformar sonhos em realidade a partir de tecidos; da atéia que não entende a relação entre velas e Deus; da louca que não quer compromissos e da mulher que relaciona culinária a vida.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

"somente pessoas sábias conseguem descobrir os avessos ...




"Somente pessoas sábias conseguem descobrir os avessos das situações. E as pessoas sábias fazem falta , no momento em que precisamos reinterpretar a vida." (Pe. Fabio de Melo)

































"somente pessoas sábias conseguem descobrir os avessos ...




"Somente pessoas sábias conseguem descobrir os avessos das situações. E as pessoas sábias fazem falta , no momento em que precisamos reinterpretar a vida." (Pe. Fabio de Melo)

































Show em Americana – 31/08/2008

Padre Fabio de Melo


Filho do Céu, consagrado, abençoado, iluminado! Dotado de muitos dons maravilhosos, que podem parecer aos olhos de muitos, somente como privilégios especiais. Não! Somente um ser humano dotado de muita “luz” e “responsabilidade”, principalmente no amor declarado e expresso a sua vocação, é que na sua missão de evangelizar, semeia o caminho do Céu, despertando a semente de muitos corações a buscar essa mesma luz, em busca do verdadeiro amor, “Cristo”.
Obtive a graça de poder me aproximar um pouco desse "amigo de fé", e receber a sua benção, mesmo mediante a inúmeras pessoas, que muitas vezes confundem a sua imagem, não conseguindo visualizar, o presente abençoado que “Jesus”, colocou em nosso caminho.
Só quando esse verdadeiro amor, adentra em nosso coração, nos iluminando, é que sentimos, captamos todo esse brilho, que esse “ser” nos transmite.

A sua emoção e sensibilidade, geram “vida”, as palavras, as músicas, proporcionando um brilho eterno, na sua missão.


Show em Americana – 31/08/2008

Padre Fabio de Melo


Filho do Céu, consagrado, abençoado, iluminado! Dotado de muitos dons maravilhosos, que podem parecer aos olhos de muitos, somente como privilégios especiais. Não! Somente um ser humano dotado de muita “luz” e “responsabilidade”, principalmente no amor declarado e expresso a sua vocação, é que na sua missão de evangelizar, semeia o caminho do Céu, despertando a semente de muitos corações a buscar essa mesma luz, em busca do verdadeiro amor, “Cristo”.
Obtive a graça de poder me aproximar um pouco desse "amigo de fé", e receber a sua benção, mesmo mediante a inúmeras pessoas, que muitas vezes confundem a sua imagem, não conseguindo visualizar, o presente abençoado que “Jesus”, colocou em nosso caminho.
Só quando esse verdadeiro amor, adentra em nosso coração, nos iluminando, é que sentimos, captamos todo esse brilho, que esse “ser” nos transmite.

A sua emoção e sensibilidade, geram “vida”, as palavras, as músicas, proporcionando um brilho eterno, na sua missão.


terça-feira, 26 de agosto de 2008

Pietá

Eu quero aprender com os acontecimentos. É um jeito de restituir a vida. É um jeito de consolar as mães e, quem sabe assim, ressuscitar os meninos.A mulher parecia absorvida em sua dor. Trazia no rosto as marcas de um acontecimento que não combina com o tempo. Os dois anos já passados pareciam estacionados em seus olhos, como se a vida não pudesse mais realizar o seu processo natural de prosseguir. Há acontecimentos que não cabem no tempo. Uma dor não dura o mesmo tempo que o fato que a provoca. Ela vai além, muito além. A dor é uma extensão da vida.O fato foi terrível. Aquela mulher encontrou o seu menino morto na piscina de sua casa. Teve também que retirá-lo das águas. Pegou-o ao colo, assim como tantas outras vezes. Aconchegou-o no peito, assim como nas noites em que o alimentava para que pudesse voltar a dormir tranqüilo. O amor é assim: é feito de madrugadas; feito de silêncios que atribuem sentidos; feito de olhares que contemplam os que amamos como continuidade do que somos. Aquela mulher sabia de tudo isso.Ao retirar das águas o seu menino já sem vida, aquela mulher parecia cumprir no tempo o prolongamento da escultura de Michelangelo, Pietá (1498), a virgem que segura nos braços o seu filho morto. Pietá é a metáfora da dor materna que não tem nome. A morfologia de um sofrimento agudo que nos retira a fala e que nos dificulta as respostas.Tive oportunidade de ouvir o seu relato. Contou-me com lágrimas teimosas o acontecido. O cenário era sugestivo. Estávamos à beira do rio Jordão, lugar onde Jesus foi batizado. Ela se aproximou e eu tive a graça de renovar o seu Batismo. Ao derramar água sobre a sua cabeça, foi inevitável o pensamento que me ocorreu. Um pensamento que de alguma forma já se estabelecia como prece. No meu coração, eu pedia a Deus que aquela mulher fosse capaz de retirar definitivamente o seu filho das águas. Pedi ao Senhor da vida que a ajudasse a sepultar o seu filho. Não o sepultamento do esquecimento, mas o que proporciona a ressurreição; aquele que nos dá coragem de olhar para a dor sem que ela nos sufoque.Logo depois do gesto, enchi-me de coragem e recomendei-lhe com ternura: “Retire o seu menino das águas! Saia da beira da piscina e permita que a vida continue!”. Ela sorriu serena e disse que tentaria. Mais tarde, ela me pediu que escrevesse a frase dita. Eu escrevi. Mas resolvi escrever aqui também. Pode ser que essas palavras caiam nas mãos de pessoas que estejam com dificuldades de permitir o movimento da vida. Pode ser que hoje esse pequeno texto venha encontrar alguém que esteja paralisado pela dor, impossibilitado de prosseguir.A virgem da piedade encontrou no filho a causa do seu prosseguimento. Pietá só é bela, porque conhecemos a sua continuidade. O filho ressurgiu. Aquele momento não é o definitivo. A dor é a ponte que a fez chegar ao lugar mais belo de seu coração. É a vida. E eu gostaria que não fosse assim. Que meninos não morressem antes da hora. Mas não posso mudar a ordem dos acontecimentos. O que posso é silenciar-me diante da cena e pedir que Deus nos encaminhe para o aprendizado que o acontecimento pode nos trazer.






fonte: revista Ir ao Povo
www.fabiodemelo.com.br