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Informativo importante => Havia um link maldoso que direcionava o Blog para outro site, e há tempos estou tentando resolver. Consegui!!! Está de volta!!!! ★

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Lançamento do livro O verso e a cena

Lançamento do livro  "O Verso e a Cena" esta semana nas livrarias.



Título: O verso e a cena
Autor: Fábio de Melo
Editora: Globo
Genero: Fotografia
Páginas: 136
Formato: 23 x 16 cm







O verso e a cena
Fábio de Melo


O verso e a cena, do padre Fábio de Melo, é o registro fotográfico de viagens pelo Brasil e o mundo (África, Terra Santa, Espanha...). Mas se revela, mais do que isso, o registro imagético de uma visão da vida, ao aliar as suas belas e de certa forma surpreendentes imagens aos versos curtos, ao mesmo tempo precisos e delicados, que as comentam.
Fruto, como referido, de viagens, essa coleção de imagens se divide em alguns grupos temáticos evidentes, como a orla marítima pedregosa, flores, a paisagem humana e vegetais ressecados. Falando do conjunto, surpreendente a completa falta de exotismo do olhar do fotógrafo. Com exceção das faces humanas, obviamente africanas, mas ainda assim tomadas em sua humanidade de modo a eliminar ou transcender seu contexto cultural, a paisagem física evita inteiramente os clichês. Não há fotos de animais selvagens, tampouco de vastas amplidões vegetais. Em vez disso, o olhar se concentra, por exemplo, nas bordas do continente, fazendo um belo uso do contraste entre a pedra e a água.
Se não há, nessas imagens da orla pedregosa, nada de evidentemente africano, há muito de evidentemente belo. O enquadramento preciso e o controle da gama de cores, entre o cinza, o chumbo, o azul e o verde, aliados à grande luminosidade, dão a esses registros físicos uma dimensão estética que, não por acaso, é a busca consciente do fotógrafo, explicitada em vários versos do livro (“Em memória da beleza que nasceu, cresceu, morreu, mas ninguém viu”).
A beleza, aqui, não é porém encontrada apenas onde se espera encontrá-la, como no mar turquesa ou em flores carregadas de cores. Talvez a série mais interessante do livro seja a central, em que o olhar do fotógrafo se concentra, em mais de um sentido, em vegetais ressequidos, como troncos mortos, palha e folhas secas. A gama, agora, é toda do marrom e do cinza. O enquadramento e a composição, por outro lado, abandonam todo naturalismo e assumem um ângulo nitidamente abstratizante, por vezes geométrico, feito de linhas paralelas ou longas e suaves curvas. Por um lado, os vegetais ressecados têm algo da permanência mineral. Por outro, sua própria forma os abstratiza em geometria, que a fotografia, por sua vez, perpetua.
E isso nada tem de casual. Pois o padre-fotógrafo trabalha com ao menos duas lentes: uma, a de sua máquina, que manipula com senso de beleza e precisão; a outra, a de sua visão de mundo, em que vida e morte não são instâncias antagônicas e excludentes, mas complementares, como versos que comentam imagens e imagens que comentam a realidade.
Como diz padre Fábio em um dos versos do livro: “Não tenho como levar comigo todas as belezas do mundo. Mas eu presto atenção”.

Fonte: Globo Livros

Lançamento do livro O verso e a cena

Lançamento do livro  "O Verso e a Cena" esta semana nas livrarias.



Título: O verso e a cena
Autor: Fábio de Melo
Editora: Globo
Genero: Fotografia
Páginas: 136
Formato: 23 x 16 cm







O verso e a cena
Fábio de Melo


O verso e a cena, do padre Fábio de Melo, é o registro fotográfico de viagens pelo Brasil e o mundo (África, Terra Santa, Espanha...). Mas se revela, mais do que isso, o registro imagético de uma visão da vida, ao aliar as suas belas e de certa forma surpreendentes imagens aos versos curtos, ao mesmo tempo precisos e delicados, que as comentam.
Fruto, como referido, de viagens, essa coleção de imagens se divide em alguns grupos temáticos evidentes, como a orla marítima pedregosa, flores, a paisagem humana e vegetais ressecados. Falando do conjunto, surpreendente a completa falta de exotismo do olhar do fotógrafo. Com exceção das faces humanas, obviamente africanas, mas ainda assim tomadas em sua humanidade de modo a eliminar ou transcender seu contexto cultural, a paisagem física evita inteiramente os clichês. Não há fotos de animais selvagens, tampouco de vastas amplidões vegetais. Em vez disso, o olhar se concentra, por exemplo, nas bordas do continente, fazendo um belo uso do contraste entre a pedra e a água.
Se não há, nessas imagens da orla pedregosa, nada de evidentemente africano, há muito de evidentemente belo. O enquadramento preciso e o controle da gama de cores, entre o cinza, o chumbo, o azul e o verde, aliados à grande luminosidade, dão a esses registros físicos uma dimensão estética que, não por acaso, é a busca consciente do fotógrafo, explicitada em vários versos do livro (“Em memória da beleza que nasceu, cresceu, morreu, mas ninguém viu”).
A beleza, aqui, não é porém encontrada apenas onde se espera encontrá-la, como no mar turquesa ou em flores carregadas de cores. Talvez a série mais interessante do livro seja a central, em que o olhar do fotógrafo se concentra, em mais de um sentido, em vegetais ressequidos, como troncos mortos, palha e folhas secas. A gama, agora, é toda do marrom e do cinza. O enquadramento e a composição, por outro lado, abandonam todo naturalismo e assumem um ângulo nitidamente abstratizante, por vezes geométrico, feito de linhas paralelas ou longas e suaves curvas. Por um lado, os vegetais ressecados têm algo da permanência mineral. Por outro, sua própria forma os abstratiza em geometria, que a fotografia, por sua vez, perpetua.
E isso nada tem de casual. Pois o padre-fotógrafo trabalha com ao menos duas lentes: uma, a de sua máquina, que manipula com senso de beleza e precisão; a outra, a de sua visão de mundo, em que vida e morte não são instâncias antagônicas e excludentes, mas complementares, como versos que comentam imagens e imagens que comentam a realidade.
Como diz padre Fábio em um dos versos do livro: “Não tenho como levar comigo todas as belezas do mundo. Mas eu presto atenção”.

Fonte: Globo Livros